terça-feira, 8 de outubro de 2019

MOVIMENTO PELA FUNDAÇÃO DE UM COLETIVO NACIONAL SINDICAL E POPULAR.


O momento atual da luta de classes requer um posicionamento firme e coerente dos coletivos de esquerda que atuam no movimento sindical e popular.
Diante dessa tarefa histórica, reunidos na cidade de Vinhedo-SP, visando reaglutinar forças entre ativistas e organizações que atuam no país, que estejam dispostos a atuar coletivamente,  estamos lançando um movimento que objetiva debater fraternamente divergências e convergências para construir uma intervenção unitária nos sindicatos e movimentos de trabalhadores, em geral, para quiçá, construirmos  um coletivo nacional de ativista e organizações a partir  de aproximações da análise da realidade politica do país e do mundo e da necessidade de fortalecer a resistência dos trabalhadores num combate econômico e ideológico contra a força cada vez mais agressiva do capital.

O Brasil reflete os desdobramentos da desordem do sistema mundial que ameaçam hegemonias e da crise econômica mundial que se arrasta desde 2008. O resultado mais expressivo desse processo é visível nas ruas de todo país: Milhões de trabalhadores desempregados, cada vez mais precarizados, e com menos proteção social, com o aprofundamento da desigualdade e da concentração de renda. Poucas famílias têm uma riqueza material absurdamente exagerada, enquanto milhões amargam uma vida de sacrifícios e de futuro sombrio.


Esse cenário se agrava com a ascensão ao governo de forças ultra reacionárias. Que usaram métodos antidemocráticos subvertendo o jogo político convencionado na constituição de 88, com o objetivo de saquear direitos sociais e reduzir os espaços democráticos no país, na perspectiva de rebaixar o valor do trabalho ( menores salários, maiores jornadas), garantindo fôlego para um novo ciclo de acumulação de capital.


O golpe de 2016, a atuação irregular da força tarefa da lava-jato, em especial na prisão de Lula, a militarização de posições estratégicas do governo federal e a mudança no arcabouço jurídico/legislativo para permitir que o conjunto da classe trabalhadora tenha contratos precários, trabalhe até o limite de sua saúde física/mental e tenha sindicatos mais frágeis, exemplifica o que estamos constatando na realidade brasileira.


Essa situação nos coloca diante de uma correlação de forças mais difícil. Pois, a luta de classes, mais do que nunca exige unidade de ação para conseguirmos mobilizar o maior número possível de categorias. Colocar multidões em movimento não é uma tarefa para iniciativas isoladas. Assim, apostamos firmemente na conformação de uma frente única para lutar, com as centrais e, movimentos sindicais, populares, estudantís , organizações que lutam por direitos civis e democráticos e na defesa do meio ambiente.


Pensamos também que é urgente, fortalecer o combate ideológico. Nosso movimento tem como objetivo a luta pela transformação social, numa perspectiva anticapitalista e socialista. Não podemos menosprezar a capacidade das forças do capital em contaminar os trabalhadores com sua ideologia reacionária que em muitos momentos acabam levando os explorados a defenderem as ideias de seus próprios algozes. A disputa palmo a palmo contra as ideias neoliberais e conservadoras é parte das tarefas que queremos assumir.

IV Congresso da CSP Conlutas 


Estamos dispostos também a estabelecer uma intersecção com lutas adjacentes e não menos importantes em relação as pautas classistas, que também movem milhões a se enfrentarem contra os desmandos do sistema e são expressão da resistência por direitos democráticos. Em nossas fileiras e entre nossas iniciativas estarão a luta das mulheres,da comunidade LGBT, do movimento de negras e negros, numa perspectiva classista. Todas essas lutas fazem parte da resistência contra forças reacionárias e conservadoras que avançam em seu projeto excludente de sociedade.
Estamos atentos às mudanças e transformações estruturais que estão se dando no mundo do trabalho. Isso exige disposição para transformar a atuação dos sindicatos e das organizações de base para estender a mão para os milhões de trabalhadores que estão desorganizados, sem direito a organização sindical efetiva e que formam uma massa sem instrumentos de luta. Quanto mais cresce a informalidade, mais os sindicatos perdem potência e alcance.
Essa situação sugere não só uma reflexão, mas iniciativas que nos permita dialogar, organizar e mobilizar esses trabalhadores fortalecendo a consciência de classe em seu meio e ajudando no avanço de suas lutas.

Reivindicamos a internacionalização das lutas, a solidariedade de nossos irmãos trabalhadores de outros países e a organização de calendários de luta intercontinentais. Avançar em combates de alcance mundial contra as forças globais do capital é uma tarefa de imensa magnitude que faz parte das tarefas mais importantes da classe trabalhadora.

Por fim, acreditamos que dentre os objetivos  de um coletivo sindical e popular, deve estar o combate  ao avanço burocrático que se desenvolve nos sindicatos e nas organizações da nossa classe. A atenção e cuidado em fortalecer o trabalho de base presencial e pelas redes sociais. A batalha para criar condições que permitam a participação dos trabalhadores nas estruturas de decisão, o respeito ao espaço dos coletivos e organizações, a liberdade de crítica sem retaliações, o esforço em formar mais quadros que possam assumir postos de representação impedindo personalismos e concentração desmedida de poder… são tarefas que estão em nossos planos e que precisam ser aprimoradas, refletidas e incorporadas a luz das mudanças da realidade e de acordo com nossas possibilidades.

Convidamos a todas e todos que apresentam acordo e simpatia com essas ideias a vir dialogar conosco, somar-se a esse esforço e dar um passo a frente agregando-se a esse movimento que está aberto a  todas e todos que estão dispostos a  se organizar para lutar.

sábado, 28 de setembro de 2019

UNIFICAR AS LUTAS PARA DERROTAR O NEOFASCISMO NAS RUAS!



CONSTRUIR A UNIDADE NECESSÁRIA PARA SUPERAR A SITUAÇÃO REACIONÁRIA






       As crises cíclicas do Capitalismo em que o dinheiro quase não circula, o crédito desaparece, as empresas fecham, o custo de vida aumenta e se vê falências, insolvências e liquidações a todo momento fazem parte da lógica do funcionamento deste sistema, onde a produção é social e a apropriação dos produtos é individual. A crise atual do capitalismo mundial, iniciada em 2008 com o estouro da bolha imobiliária dos EUA, vem provocando enormes dificuldades para a reprodução do capital, tanto no mercado financeiro (capital especulativo) quanto em relação ao esgotamento dos recursos naturais necessários à produção de mercadorias e à queda constante do consumo.


 O governo Bolsonaro é o resultado da situação política aberta com a consolidação do Golpe Institucional em 2016 a serviço do capital financeiro internacional para demolir direitos econômicos, políticos e sociais acumulados nas últimas décadas pelas lutas da classe trabalhadora brasileira. Essa ruptura democrática, mantida nos marcos da democracia burguesa, comprova que não é necessário mudar o regime para se aplicar um golpe. Num regime presidencialista, o impeachment não se justifica tão facilmente. O governo golpista de Temer alavancou o projeto do capital financeiro: aprovou a Reforma Trabalhista, a Lei das Terceirizações e a PEC do Teto dos Gastos, medidas que representam os interesses dos distintos setores da burguesia, financiadores do golpe.
Fórum Pelos Direitos e Liberdades Democráticas e Pastorais Sociais da Igreja Católica em defesa da soberania
       A necessidade de manter a taxa de lucros no Período de crise econômica provoca nas superpotências a adoção de políticas de super exploração da classe trabalhadora dos países sob seu jugo. Os governos de Frente Popular e/ou populistas da América Latina, por exemplo, foram destituídos através da manipulação científica da opinião pública e intervenções muito bem planejadas e executadas no Brasil, na Argentina, no Paraguai, em Honduras, no Equador, no Chile e em El Salvador. 
 
Manifestação no Grito dos(as) Excluídos(as) interrompendo o desfile de 07 de setembro

       Na Venezuela, por exemplo, o governo norte americano vem tentando de maneira insana e incessante, depor o governo eleito do país vizinho. As tentativas têm sido frustradas, mas é explícita a intenção do governo Trump e seus aliados, de se apossarem das riquezas naturais, acabar com as mobilizações populares e submeter o país vizinho aos seus interesses, que são os mesmos de toda a burguesia internacional. O triunfo de Trump e seus aliados na intervenção na Venezuela, se consolidado, fortaleceria os governos neoliberais e de extrema-direita na América Latina, em especial o governo Bolsonaro, abrindo caminho para que as forças reacionárias e imperialistas avancem nos ataques à classe trabalhadora, e à perseguição sistemática às minorias, aos negros, aos imigrantes, as mulheres, aos LGBTQI+.

         No mesmo sentido, os primeiros meses após a vitória do neofascista Jair Bolsonaro (PSL) nas eleições presidenciais já evidenciavam a agenda de retrocessos que enfrentamos, no terreno econômico, dos direitos sociais e das liberdades democráticas. Estamos passando no Brasil por uma situação reacionária e as lutas defensivas são imprescindíveis. Para responder aos desafios que o projeto deste governo impõe à classe trabalhadora precisamos colocar toda nossa energia para fortalecer a frente única das organizações da nossa classe para defender direitos sociais e as condições de vida das ameaças e retrocessos , bem como para construir a unidade na ação com os setores políticos e sociais que combatam os ataques e as restrições às liberdades democráticas ainda existentes buscando criar condições para a derrota, nas ruas, deste governo inimigo da nossa classe.

A principal iniciativa de unificação das lutas sindicais, populares e de juventude vem sendo o Fórum Pelos Direitos e Liberdades Democráticas, promovendo amplas mobilizações e cujos próximos desafios já programados são a Greve Nacional de 48 horas na Educação, nos dias 02 e 03 de outubro e apoio à construção da  Marcha da Periferia em novembro.
 




 



      

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