sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Manifesto Eleitoral




Um pouco da história recente
orienta o voto da gente...


O Brasil jamais teve um governo de esquerda. A direita nunca saiu do poder. 

Em 2003, Lula (PT) iniciou um período de 13 anos de governo colaboracionista de classes, fortalecendo o frente populismo centrista no Brasil. Era um período de crescimento econômico do Capitalismo mundial, o que permitia fazer concessões importantes à classe trabalhadora do país e, ainda assim, continuar destinando a maior parte da riqueza produzida, para os banqueiros e outros grandes empresários. Assim, em 08 anos de governo, a popularidade de Lula se consolidou de maneira ímpar.
A direção majoritária do PT e Lula, jamais foram socialistas. A degeneração burocrática, iniciada nas relações de micro poder nos sindicatos levou à corrupção de inúmeras lideranças surgidas dos movimentos sociais e passaram a ocupar cargos nos parlamentos e governos municipais, estaduais e federal. As organizações socialistas que existiam dentro do PT foram expulsas ou saíram a partir da década de 90, à medida que o partido passou a ser dominado por notáveis, financiados por empresários e perdeu o caráter classista da sua origem, hoje mantido apenas no nome do partido. 
Em 2005, para evitar o impeachment defendido pelo PSDB na crise do mensalão, Lula ampliou mais ainda o poder da direita no seu governo, em especial do PP e PMDB. Em 2016, Dilma não teve a mesma “habilidade” em negociar com seus parceiros da direita no governo. Sem nenhum constrangimento, a direita, “com o Supremo, com tudo” promoveu uma ruptura democrática com a formalidade burguesa, golpeando e substituindo cirurgicamente o “estado democrático de direito” pelo “estado autocrático de direita do Interventor Michel Temer(MDB). 
A crise cíclica mundial do Capitalismo, acentuada a partir de 2008 com o estouro da bolha imobiliária norte americana, foi denominada “marolinha” por Lula. A direita brasileira pretendia descartar os colaboracionistas do PT e governar sozinha novamente. No entanto, Aécio Neves (PSDB) foi derrotado por Dilma (PT), cujo partido já dominava as regras do jogo sujo eleitoral. Com um golpe militar a direita poderia descartar o PT do governo, mas não havia base social para um ataque frontal à democracia. Seria necessária uma intervenção muito bem executada. E é o que está ocorrendo...

Da vitória das lutas ao controle das redes sociais


Logo do Fórum Estadual em Defesa dos Transporte Público
Em 2011, os movimentos estudantil e sindical em Teresina vivenciaram a maior e mais vitoriosa mobilização social organizada da sua história. Com reuniões sistemáticas de avaliação e planejamento no SINDSERM Teresina, foi possível catalisar um movimento unitário de dezenas de organizações que levaram 30 mil pessoas às ruas e fazer baixar o preço da passagem de ônibus para R$ 1,90.  Em 02 de setembro daquele ano, na Praça da Liberdade, o #ContraoAumentoThe2011 comemorou a vitória com a palavra de ordem: - “Mãos ao alto! R$ 2,10 é um assalto! 
 As redes sociais repercutiram por todo o país o que ocorreu em Teresina. As imagens do #ContraoAumentoThe2011 tiveram alcance mundial e, como um rastilho de pólvora, infl uenciaram movimentos em todo o Brasil, culminando com as Jornadas de Junho em 2013.  
As vitórias dos movimentos sociais organizados, a exemplo do que ocorreu em Teresina em 2011, na preocupação com a instabilidade provocada pelas mobilizações convocadas virtualmente em todo o país, com a influência que as redes sociais passaram a ter nas mobilizações em todo o mundo geraram a necessidade da intervenção e controle do que circula na internet. Quem utiliza as redes sociais há algum tempo já percebeu a mudança. Isso foi e vem sendo implementado pela grande burguesia internacional, num esforço concentrado que permite apenas à direita (empresários) impulsionar informações e ter grande influência nas redes sociais, que antes eram mais “democráticas”.

Da onda reacionária ao extremismo neonazista


A direita reacionária disputou a direção do movimento nas ruas e venceu, gerando capital político para derrubar o governo eleito do PT utilizando o surrado mote do combate à corrupção e a atuação seletiva da “operação lava jato” e seu “paladino” da justiça, Sérgio Moro. 
A organização norte americana Atlas Network, que tem uma rede internacional de centros de pensamento (thinks tanks) que no Brasil reúne o MBL, o Instituto Mises, Instituto Liberal e o Instituto Millenium (ao qual pertence Paulo Guedes, mentor de Bolsonaro) foram os grandes impulsionadores do impeachment de Dilma. A gravação vazada de Romero Jucá revelou o plano articulado com a intimidação por setores das Forças Armadas, o vice-presidente informante da C.I.A., e a votação no congresso mais corrupto da história do país, “com o Supremo com tudo”. A participação Rede Globo foi fundamental para a ruptura democrática e ao interventor Michel Temer (MDB), coube a tarefa de aprovar as medidas impopular de retirada de direitos históricos da nossa classe, antes de consagrar nas urnas um governo de direita “pura” em outubro deste ano.

Por que votamos NULO em 2016 e não votaremos NULO em 2018

A Organização pró Ruptura Socialista, radicada e organizada no Piauí há 03 anos, propôs em 2016 a construção de uma FRENTE DE ESQUERDA SOCIALISTA, para atuar nas lutas e nas eleições. Lançamos um manifesto convocando PSOL, PCB, PSTU e organizações que tem alguma relação com as lutas da classe trabalhadora, para uma atuação unitária contra a onda reacionária que se manifestava cada vez com mais força, ludibriando parcelas significativas da nossa classe. Porém, ao chegar o processo eleitoral em 2016, cada partido lançou sua própria candidatura, visando unicamente a autoconstrução, o que não nos interessava, uma vez que não pertencemos a nenhuma agremiação partidária com registro eleitoral. Fracassada a tentativa de unificar aesquerda socialista, a alternativa que nos restou nas eleições municipais foi fazer um chamado ao Voto Nulo, denunciando o estelionato eleitoral dos partidos burgueses e centristas, bem como a incapacidade de unificação da esquerda socialista. Após as eleições fizemos um esforço de construção do Bloco de Esquerda Socialista, inicialmente com grupos internos do PSOL (Rua, Insurgência e MAIS- hoje Resistência) e o PCB, no intuito de consolidar um FRENTE DE ESQUERDA SOCIALISTA para atuar nas lutas e nas eleições. Fizemos um chamado público ao PSTU, que saíra recentemente de um “racha” nacional em que perdeu praticamente a metade de sua militância. Desta forma, aquela organização fez um giro para dentro, com uma caracterização de que não havia um avanço reacionário em curso e adotou a agitação de objetivos estratégicos da revolução socialista como se fossem um programa de transição, na explícita intenção de agregar em torno da diferenciação sectária em vez de construir a unidade necessária.

A Frente não se materializou, mas o Bloco de Esquerda em Teresina se manteve unificado nas lutas, embora ainda com muitas debilidades. Em respeito a esse esforço realizado por PSOL e PCB na construção de Frentes de Esquerda Socialista em todo o Brasil, e diante da ameaça crescente do fascismo que se organiza no país, decidimos, após ampla discussão interna, apoiar candidaturas do Bloco que mantenham o princípio da independência de classe (sem financiamento de empresários), bem como a sintonia entre o discurso (teoria) e a prática, refletida na participação nas lutas contra a exploração e a opressão.

Um chamado ao voto em candidaturas do Bloco de Esquerda Socialista
 Embora não tivéssemos a intenção de lançar nenhuma candidatura da nossa organização, agradecemos aos conviterealizados por lideranças do PSOL e PCB que nos ofereceram legenda para concorrer neste pleito. Entretanto, avaliamos que temos uma tarefa organizativa que precede à participação eleitoral de nossas figuras públicas. Porém, como não nos consideramos os únicos revolucionários, não temos dificuldade em apoiar candidaturas de camaradas de outras organizações, com reconhecida trajetória no lado de cá da trincheira da luta de classes. A militância da organização Ruptura Socialista fará sua própria campanha, com material da própria organização, ressaltando o que há de unidade programática com os partidos do Bloco de Esquerda. Para Presidente, apoiaremos as candidaturas do Bloco de Esquerda Socialista, Boulos e Sonia Guajajara, PSOL(nº 50). Também estaremos engajados na campanha de Sueli Rodrigues, PSOL (nº 50) ao Governo do Estado do Piauí. O camarada Fausto Ripardo, professor da rede estadual, do PCB (nº 211) é o único candidato ao Senado que apoiaremos, devido à inexistência de outra candidatura que se enquadre nos critérios que estabelecemos. Portanto, o outro voto ao Senado será NULO (nº 000). Para deputada federal apoiaremos Madalena Nunes, servidora pública federal, do PSOL (nº 5051), e para deputada estadual Luciana Monteiro, PSOL(nº 50500).
  No Maranhão e Ceará, nas estruturas dos movimentos sociais em que temos atuação, estaremos apoiando as candidaturas de lutadorxs do Bloco de Esquerda Socialista, como a do camarada Noleto, (nº 50789) do PSOL de São Luís.
 


  • NEM GOLPE INSTITUCIONAL, NEM ESTELIONATO ELEITORAL! 
  • UNIR A ESQUERDA SOCIALISTA, NAS LUTAS E NAS ELEIÇÕES E CONSTRUIR A GREVE GERAL! 


CONTATOS: Daniele Brito - 9 9987-0029 | Sinésio Soares - 9 9929-0174 | Thiago Sousa - 9 9944-4338






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