sábado, 28 de maio de 2016

O grito que vai ecoar até não restar silenciamento!



Os gritos de socorro, vindos de um canto a cada 11 minutos, parecem não incomodar. Nem mesmo que  estejam 33 vezes mais ressonantes. Eles são abafados pelos que se pretendem donos do que deve ser dito e do que pode ser ouvido! 

Mas acontece que essas não são vozes comuns. Elas venceram o fogo do obscurantismo! Se transformaram em canções de liberdade e, como num coro, dão cobertura umas às outras! Não há como cessá-las. A partir de agora, irão ecoar até não restar nenhum minuto de silenciamento.
(Lusi Santana)





No dia 22 de maio de 2016, todas nós acordamos aterrorizadas, junto com a jovem de 16 anos que foi estuprada por 33 homens, na zona norte do Rio de Janeiro. E como se não bastasse foi exposta de todas as maneiras, alguns jornais amenizaram a notícia, para esconder o machismo que impera nas mídias formais de comunicação.  Infelizmente quando se trata do cenário cruel de violência sexual contra mulher não podemos deixar de citar números, pois a cada 11 minutos uma mulher se sente impotente e humilhada, acada 11 minutos uma mulher é culpabilizada, a cada 11 minutos um pouco de nós morre com elas.

Mas então, o que dá tamanha liberdade para que todos os dias centenas de homens, se apossem do corpo feminino sem consentimento?
A cultura do estupro!

Cultivada cotidianamente pela objetificação da mulher, em forma de "piada", em forma de produto para consumo masculino, na mídia, na escola...em casa.  Precisamos falar de cultura do estupro! E para além disso, precisamos  combater os alicerces que em que ela se apoia. Afinal, desde que se institui a propriedade privada das forças produtivas e ideológicas, nós mulheres passamos a sermos vistas como um mero agente secundário, com funções exclusivamente reprodutivas e sob o julgo dos Homens, a quem, nessa lógica, serve a vida em sociedade, em suas plenas potencialidades e direitos.

O estupro então, passa a ser utilizado como ameaça, aquelas que não encaixam no lugares de subserviência a elas reservados, e hoje essa ameaça também paira quando apesar desses números assustadores, estupradores confessos são recebidos pelo ministério da educação, e projetos como 5069/13, que dificultam o atendimento a vitimas de estupro, ao criminalizar o uso da pilula do dia seguinte e aborto em caso de estupro, retrocedendo as nossas conquistas de lutas!

As mulheres trabalhadoras, as mulheres negras, periféricas, não podem ficar à mercê de um sistema que se alimenta da nossa exploração, que na maioria das vezes, resulta em extermínio da nossas vidas.

A luta de classes não perdoará o machismo, nossa luta é pela total emancipação das Mulheres, em todos os âmbitos da sociedade.

BASTA DE CULTURA DO ESTUPRO
PRECISAMOS DISCUTIR GÊNERO!
ABAIXO O PL 5069/2013

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