As Forças Armadas foram colocadas numa situação humilhante de submissão ao governo neofascista de Bolsonaro, no episódio da participação do General Pazuello em manifestação política realizada no dia 23 de maio passado. No dia 03 de junho, o Exército Brasileiro afirmou que "não restou caracterizada a prática de transgressão disciplinar por parte do General Pazuello” e arquivou o procedimento disciplinar que avaliaria a violação do regramento interno das Forças Armadas, que proíbe que militares da ativa participem de atos políticos.
Seria ingenuidade acreditar que, na sociedade capitalista, as Forças Armadas de qualquer país existam para defender os interesses da população. Na verdade, o aparato militar está a serviço da manutenção da propriedade privada concentrada em poder da classe dominante.
O governo federal conta atualmente com 6.157 militares em funções civis, o que representa um aumento de 108,22% em relação a 2016. O Ministério da Saúde, por exemplo, responsável direto pelo avanço assustador da Covid-19 no país, emprega 1.249 militares. Um aumento de 94,55% em relação a 2016.
Segundo dados do TCU, entre ocupantes de cargos comissionados, o número de militares atualmente é de 2.643 e ainda outros 1.969 atuando no INSS em regime temporário. Além disso, 8.450 militares da reserva trabalham em comandos, ministérios e tribunais militares. Destes, 4.451 são do Exército, 3.923 da Aeronáutica e 76 da Marinha. Esses profissionais recebem um bônus de 30% sobre o salário.
Para evitar o impeachment de Bolsonaro, o governo neofascista mantém o controle dos corruptos do Centrão no Congresso Nacional, loteando cargos e repassando verbas. Membros da família Bolsonaro vêm se elegendo
há vários anos com o apoio das milícias no Rio de Janeiro. Com o advento do governo de extrema direita, tiveram uma ampliação considerável da influência
por todo o país. Como vimos acima, uma imensa brigada verde-oliva do Exército Brasileiro, da mesma forma que ocorre com o Centrão, se locupleta em cargos no governo e, desta forma, é comandada politicamente pela milícia instalada no poder central.
A relação umbilical de favorecimento mútuo entre a Burguesia (grandes empresários, banqueiros e investidores) e as Forças Armadas não é nenhuma novidade. Governos e patrões sempre mantiveram todas as instituições sob controle, incluindo todo o aparato repressor, que é a mão armada da Burguesia. Na Década de 80, durante a chamada "Transição Democrática" da Ditadura Militar para a democracia burguesa, por exemplo, receosos de que a corrupção desenfreada praticada pelos governos militares fosse revelada e que o movimento Diretas Já pudesse fugir ao controle e desembocar num processo revolucionário, as Forças Armadas cederam espaços de poder no governo central, mas mantiveram o monitoramento e controle do processo de redemocratização.
O que se apresenta hoje, de maneira explícita, é uma infestação parasitária de militares em cargos para os quais a única competência exigida é a de obedecer ordens, como a de indicar Cloroquina para tratamento da COVID-19, por exemplo. Semelhante ao que ocorreu durante os governos militares nos "anos de chumbo", a corrupção desenfreada dos militares no governo neofascista de Bolsonaro já não pode mais ser ocultada e não se refere somente à família do presidente, ao General Pazuello ou ao Ministro Ricardo Salles e seus assessores.
Governos e patrões, a burguesia e as Forças Armadas são invencíveis? Conseguirão manter um governo que, além da corrupção cada vez mais exposta, é responsável pela morte de milhares de brasileiros e brasileiras, ao executar uma política necroliberal de propagação do Corona virus, sob uma suposta teoria de imunidade de rebanho?
A História nos ensina que estas instituições controladas por governos e patrões não são invencíveis. A mobilização das massas populares, como no caso do Movimento Diretas-Já, citado anteriormente, possibilitou avanços progressivos na conquista de direitos e liberdades democráticas. Após um período muito difícil, que inviabilizava as mobilizações, por conta dos riscos da Pandemia, não estava sendo possível a realização de grandes manifestações em escala nacional. Porém, embora haja uma lentidão enorme na vacinação, a partir do dia 29 de maio passado, quando centenas de milhasres de pessoas foram às ruas exigir: FORA BOLSONARO E MOURÃO! VACINA JÁ e AUXÍLIO EMERGENCIAL DE 600 REAIS ATÉ O FIM DA PANDEMIA, dentre outras pautas...a realidade começa a mudar!
Manifestação FORA BOLSONARO na Avenida Paulista no #29M |
Não é à toa que Bolsonaro se movimenta para manter a Pandemia pelo máximo de tempo possível, com sua estratégia institucional de propagação do vírus. A mobilização das massas é a principal arma de luta contra o despotismo e o neofascismo. Construir o dia 19 de junho em todo o país é hoje a nossa tarefa prioritária pois, "se um povo vai às ruas em plena Pandemia é porque já percebeu que seu presidente é muito mais perigoso que o vírus".
Manifestação do #29M, FORA BOLSONARO E MOURÃO em Teresina |
TODXS ÀS RUAS NO DIA 19 DE JUNHO (SÁBADO)!
ABAIXO O GOVERNO NECROLIBERAL DE BOLSONARO, GUEDES E MOURÃO!
VACINA JÁ, PARA TODOS, TODAS E TODES!
AUXÍLIO EMERGENCIAL DE 600 REAIS ATÉ O FIM DA PANDEMIA!